Já foram vendidos todos os bilhetes para ouvir Shakira, esta noite, cantar os temas de 'Sale el Sol/ The Sun Comes Out'
![Colombiana Shakira traz o sol ao Pavilhão Atlântico]()
Já não há presidentes nem assessores nem segurança apertada. Mas nem por isso há menos agitação. A partir das oito horas da manhã de hoje, começam a chegar ao Pavilhão Atlântico, em Lisboa, os 18 camiões TIR carregados de equipamento para o concerto de Shakira. Consigo, a colombiana trará uma equipa de cerca de 200 pessoas, entre técnicos, músicos e assistentes, que irão trabalhar ao longo de todo o dia. Não sendo este o primeiro concerto da digressão - como aconteceria com os Arcade Fire, cuja actuação em Lisboa foi cancelada por causa da Cimeira da NATO - não é necessário que Shakira esteja mais cedo no local para ensaios e o processo de montagem do palco já está agilizado, explicou à Lusa Álvaro Covões, da promotora Everything is New.
Uma garantia é dada: tudo estará a postos, logo à noite, para o concerto, já esgotado, de Shakira. As portas abrem-se às 19.00, a portuguesa Ana Free sobe ao palco pelas 20.30, e às 21.30 começa o verdadeiro espectáculo.
Shakira é uma presença já habitual em Portugal. Ainda em Maio foi a responsável por mais uma enchente no Rock in Rio, nessa altura ainda com o disco She Wolf, editado em 2009. Em Outubro passado, a colombiana editou Sale el Sol/ The Sun Comes Out, com 12 faixas em inglês e em espanhol. O álbum inclui o tema Loca, com a participação do britânico Dizzee Rascal na versão inglesa (e do dominicano El Cata na versão espanhola), e o sucesso Waka Waka (This Time for Africa), o tema oficial do mundial de futebol da África do Sul, que Shakira não deverá dispensar do concerto em Lisboa. Waka Waka já vendeu cerca de dois milhões de cópias e o vídeo teve mais de 170 milhões de visualizações no YouTube.
Sobre este disco, que junta temas românticos com o rock e sons mais tropicais (como o merengue e o reggaeton), a cantora afirmou que é um trabalho "introspectivo, mas ao mesmo tempo muito alegre". Entre os convidados do álbum, encontram-se ainda a dupla porto-riquenha Calle 13 participou no tema Gordita, o cubano Pitbull colaborou em Rabiosa e o músico e produtor argentino Gustavo Cerati, que deixou a sua marca em Tu Boca, Devoción e Mariposas. "Estou muito contente com o novo álbum porque me lembra diferentes fases e períodos da minha carreira", disse, em comu- nicado.
E que carreira. Com 33 anos e cerca de 60 milhões de discos vendidos, Shakira é uma das artistas mais famosas e influentes em todo o mundo. Quando aos oitos anos, em Barranquilha, recebeu a sua primeira guitarra começou logo a compor e a gravar canções. Algumas seriam editadas cinco anos mais tarde, no seu primeiro disco, Magia, que não teve grande sucesso. Mas em pequenos espectáculos locais Shakira era já uma estrela. Foi quando ouviu Enjoy the Silence, dos Depeche Mode, que tomou a decisão de se dedicar completamente à música e aos 15 anos lançou mais um disco, Peligro, cujas vendas, mais uma vez, ficaram aquém das expectativas. Só em 1995, com o tema Dónde Estás Corazón?, o seu nome começou a ser conhecido. Nesse mesmo ano, editou aquele que é considerado o o seu disco de lançamento: Piez Descalzos. Rapidamente, Shakira tornou-se um fenómeno não só no seu país como também em Espanha e em toda a América Latina.
E com o álbum seguinte, Dónde Están Los Ladrones?, ganhou fôlego para conquistar o resto do mundo, o que aconteceu de facto com o primeiro disco em inglês - Laundry Service, que integrava o sucesso Whenever, Wherever (2001). Cantora, compositora, letrista, nos espectáculos, ao mesmo tempo que canta Estoy Aquí ou Hips Don't Lie , Shakira mostra ainda os seus dotes como bailarina, sobretudo na dança do ventre.
Além de tudo o mais, faz questão que o seu trabalho seja também uma mensagem: criou, em 1997, a fundação Piez Descalzos para ajudar as crianças desfavorecidas da Colômbia, foi a primei- ra colombiana embaixadora da UNICEF e mais recentemente aliou-se com cantores, intelectuais, empresários e organizações de cooperação internacional para criar a Fundação ALAS, ou América Latina en Acción Social, para combater a pobreza em todo o continente. No início deste mês, foi distinguida, em Madrid, nos Prémios Europeus de Música da MTV com o galardão Free Your Mind, em reconhecimento do seu trabalho humanitário.
Fonte: DN
